segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Réveillon: para refletir

Tive que compartilhar essa reflexão de Stella Florence sobre essa festa tão popular....Muito bom.

 

 

Réveillon: vai mentindo a sua dor por Stella Florence

 

Se tem uma coisa que me irrita no fim de ano são os comerciais de TV. Eles parecem ter saído de uma mesma fábrica ou, seria mais exato dizer, de um mesmo molde com dupla estampa. De um lado temos locutores melosos declamando poemas enquanto crianças e adultos bem nutridos se abraçam; do outro, temos locutores megafelizes convocando a galera sarada a bombar noite afora, uhu!


Só uma vez, há muitos anos, eu vi um comercial realmente nota 10 com o tema reveillon. A peça publicitária, de uma famosa loja de roupas (C&A), era assim: na tela em preto e branco, modelos chiquérrimos e felicíssimos saçaricavam numa festa. Em câmera lenta, bem lenta, podíamos acompanhar seus movimentos subindo escadas, dançando ou cumprimentando amigos enquanto o preço das peças em destaque (vestidos, blusas, calças) aparecia na tela. Até aí, nada de novo. O grande diferencial dessa propaganda foi um toque tão sutil quanto devastador: a música. Durante essa feliz pantomima, ouvia-se apenas a melancólica Sorri (versão de João de Barro para a magnífica canção Smile, de Chaplin, Parsons e Turner), cujos versos agora reproduzo.


Sorri
Quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos, vazios
Sorri
Quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri
Quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doridos
Sorri
Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz.

Ousada, brilhante e dolorosamente verdadeira, a propaganda da C&A foi uma crônica perfeita do que costuma ser a noite de ano-novo para uma boa parte das pessoas. Somos obrigados a vestir branco. Somos obrigados a comemorar urrando de felicidade quando o relógio bate meia-noite. Somos obrigados a esconder nossa angústia, nossos medos, nosso profundo enfado atrás de um sorriso de araque ou de um copo de bebida – ou de ambos. Mas quem nos obriga a fingir dessa maneira?

Neste ano-novo, que tal deixar as conveniências trancadas no porão? Durma, se você estiver com sono. Chore, se estiver triste. Alugue Piratas do Caribe ou O sétimo selo, se estiver com vontade. Peça desculpas para alguém, se isso for deixar seu coração mais leve. Diga para o seu pai (ou sua mãe) que, para variar, neste ano você quer ser muito elogiada, se o elogio dele for o que te fizer falta. Vá até a mesa do seu colega de trabalho, puxe sua gravata e tasque um beijo de cinema em sua boca, se ele for solteiro e isso lhe convier. Arrume o guarda-roupa, se você estiver no pique. Escreva um longo e-mail para aquele cara que não te quer, colocando suas entranhas para fora, se isso for te aliviar. Faça maçã do amor em casa e se lambuze, se isso te apetecer. Termine seu namoro, se ele já está mais morto do que vivo. Cumpra todos os rituais de boa sorte, se isso te acalma.

Eu desejo a você, portanto, não um ano-novo obrigatoriamente feliz, mas, para começar bem, um ano-novo verdadeiro.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Causas

Existem muitas causas pelas quais lutar.
Se você escolher uma, defenda-a porque acredita: não porque quer aparecer...
Se escolher defender o que acredita, não critique quem escolheu não se envolver...
Se você escolher não se envolver, não atrapalhe ou critique a luta alheia...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Petição Contra Belo Monte! Movimento Gota D’ Água



O Movimento Gota D’ Água surgiu da necessidade de transformar indignação em ação. Queremos mostrar que o bem é um bom negócio e envolver a sociedade brasileira na discussão de grandes causas que impactam o nosso país. Utilizamos nossa experiência em comunicação para dar voz aqueles que se dedicam a estudar o impacto que as decisões de hoje terão no amanhã. O Movimento apoia soluções inteligentes, responsáveis, conscientes e motivadas pelo bem comum. O Gota D’Água é uma ponte entre o corpo técnico das organizações dedicadas às causas socioambientais e os artistas ativistas.
A primeira campanha do movimento discute o planejamento energético do país pela análise do projeto da hidrelétrica de Belo Monte, a mais polêmica obra do PAC. O braço técnico desta campanha é formado por especialistas ligados a duas organizações de reconhecida importância para a causa: "Movimento Xingu Vivo Para Sempre" e o "Movimento Humanos Direitos".

 Link:

http://movimentogotadagua.com.br/assinatura

VERDADES E MENTIRAS SOBRE A DIVISÃO DO PARÁ

Consciência social e política também faz parte do ser druida ou pagão. Por isso somos contra a divisão do Estado do Pará!



(Texto extraído do site http://pontodepauta.wordpress.com/2011/11/12/verdades-e-mentiras-sobre-a-divisao-do-para/ )


Como é o Pará hoje?
O estado do Pará é o segundo maior do Brasil. Tem mais de 1,247 milhões de Km² e cerca de 7,5 milhões de habitantes, 2,1 milhões deles só na região metropolitana de Belém. Tem uma economia essencialmente primária ou seja, baseada na exportação de produtos sem industrialização. Minério, madeira, gado e grãos estão entre esses produtos. Embora as exportações tenham batido recordes a cada ano (o Pará é o segundo maior PIB mineral do País, atrás apenas de Minas Gerais), esse crescimento não é sentido pela população. Temos mais de 2,5 milhões de pessoas vivendo com menos de meio salário mínimo ao mês. E 1,5 milhão dessas vive abaixo da linha de pobreza (menos de R$ 70,00 ao mês); são mais de 700 mil analfabetos, o 2º pior saneamento do Brasil e o primeiro lugar em violência no campo e em desmatamento. Enfim um estado cheio de riquezas mas, com uma população extremamente pobre, evidenciando uma profunda desigualdade social.
Porque existe esse sentimento separatista?
São várias as razões. É verdade que o estado é grande, mas se os municípios do interior fossem assistidos pelo governo do estado não haveria vontade de separar. Se Redenção, Itaituba, Oriximiná, Rio Maria e os demais municípios do interior não padecessem de falta de hospitais, escolas, segurança, saneamento e moradia o sentimento separatista não prosperaria. Logo esse sentimento tem responsáveis: são os governos do PMDB, do PSDB e do PT que abandonaram o interior.
Dividir o estado resolve essa situação?
O Pará não é pobre por ser grande, mas por adotar um modelo de desenvolvimento predatório e concentrador que privilegia latifundiários, mineradoras, madeireiros e sojeiros. Enquanto esse modelo permanecer, pouco importa o tamanho do estado. Os habitantes do oeste e do sul e sudeste paraense alegam que vivem no abandono porque estão distantes do poder, do governo do estado. Quem conhece Belém, Ananindeua, Benevides, Marituba ou demais cidades próximas a Belém, sabe que aqui vivemos os mesmos problemas que o povo do interior. Atrás do Palácio dos Despachos, sede do governo do estado, fica o bairro do tapanã, que vive na maior miséria mesmo estando colado na sede do poder. A questão não é a distância física, mas a distância política.
Quando e como vai se realizar o plebiscito?
O plebiscito, o primeiro a ser realizado no país para aferir a posição da população acerca da divisão de um estado, vai ser realizado dia 11 de dezembro, domingo das 8:00h às 18:00h. Todos os eleitores aptos estão obrigados a votar. Vamos responder se somos ou não favoráveis à divisão do estado para a criação do estado do Tapajós e do Carajás. O número 77 significa sim à divisão e o 55 não à divisão do Pará. Após a apuração o resultado será encaminhado ao Congresso Nacional para decisão e posteriormente à presidência da República para sanção.
Quem ganha com a divisão do estado?
Com certeza não será o povo. Muitos políticos estão de olha na divisão pois vislumbram possibilidade de se elegerem. Se o Pará for dividido serão criados inúmeros novos cargos eletivos: serão 2 novos governadores, 6 novos senadores, 16 novos deputados federais, 48 novos deputados estaduais, 20 secretários de estado, 14 desembargadores, 6 conselheiros de contas e centenas de cargos comissionados. Tudo isso custará milhões e milhões reais, pagas pelo povo, como sempre. Enquanto isso o Pará remanescente perderia 5 deputados federais e 5 estaduais.
O Tapajós e o Carajás são viáveis do ponto de vista econômico?
Não. Diversos estudos comprovam que estes estados já nasceriam deficitários. O estado do Carajás gastaria 26% do seu PIB (Produto Interno Bruto) só na manutenção da máquina estatal. O Tapajós 52% do PIB. Considerando que a média nacional é de 12,5%, constatamos que estes estados nasceriam devendo perto de R$ 2 bilhões a cada ano.
Os separatistas afirmam que quem mais ganha com a divisão é a população do Pará remanescente, isso é verdade?
Não. Eles estão concentrando a campanha no nordeste e na região metropolitana pois sabem que precisam ganhar votos daqui, caso contrário a divisão não será aprovada. Para isso usam argumentos falsos ou deturpados. Afirmam, por exemplo, que a maior parte do PIB ficará no Pará remanescente. É verdade que 55% do PIB ficaria no Pará, mas temos que considerar que a maior parte da população ficaria no Pará. Assim sendo o novo Pará ficaria com um PIB per capita (dividido pela população) de R$ 3,9 mil enquanto do Tapajós seria de R$ 4,7 mil e o do Carajás R$ 8,7 mil. Em outras palavras o povo seria penalizado ainda mais.
Um estado menor seria mais rico?
Se estado pequeno fosse sinônimo de estado rico Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e mesmo o Rio de Janeiro seriam verdadeiros paraísos. Alguns municípios paraenses, principalmente no sudeste, são muito ricos. Parauapebas e Canaã dos Carajás, dois expoentes da mineração, colecionam importantes indicadores econômicos. O PIB per capita de Belém em 2007 foi de R$ 9,7 mil. O de Parauapebas de R$ 45,2 mil e o de Canaã foi de R$ 48,6 mil. Apesar disso a população dessas cidades padece dos mesmos problemas que Belém. Quem conhece sabe da falta de segurança, de saneamento, de educação, saúde e moradia que assolam tanto Parauapebas quanto Canaã. O problema não está no tamanho do município ou do estado, mas no modelo de desenvolvimento adotado que faz com que os ricos fiquem cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais miseráveis. Ter um estado menor não garante acesso do povo à riqueza. Além disso, é bom lembrar que o estado do Tapajós, se aprovado, já nasceria grande. Seria o 3º maior estado do Brasil, atrás apenas do Amazonas e do Mato Grosso.
Mas se não é o tamanho, quais os principais problemas do Pará?
O Pará padece de boa parte dos problemas dos demais estados brasileiros. O principal deles é a falta de políticas públicas. Embora os estado tenham enorme responsabilidade nessa situação, o maior responsável é o governo federal. Basta lembrarmos que me 2010 o governo Dilma destinou 0,04% do orçamento da União para o saneamento; 2,8% para a educação e 3,9% para a saúde. Enquanto isso, no mesmo ano, destinou 44,9% para o pagamentos dos juros e amortizações da dívida pública. De se lembrar que de 1995 a 2009 a dívida passou de R$ 60 bilhões para R$ 2 trilhões, embora tenhamos pago mais de R$ 1 trilhão. Ou seja, quanto mais pagamos, mais devemos. Outro problema é a lei Kandir, que desonera as exportações. Ou seja quem exporta fica isento de pagar o ICMS. De acordo com o TCE, o Pará perdeu, entre 1997 e 2010, R$ 21,5 bilhões com a Lei Kandir. Isso daria para construir 384 mil casas, zerando o déficit habitacional do estado. Por último tem a corrupção, que desvia anualmente bilhões de reais, impedindo que as políticas públicas cheguem ao povo.
Qual a solução então?
Não existe solução mágica, mas uma coisa é certa: ainda que a divisão não seja aprovada o estado do Pará nunca mais será o mesmo. O povo do interior não suporta mais tanto desprezo e abandono. Precisamos rever esse modelo de desenvolvimento, precisamos acabar com a Lei Kandir e estancar a corrupção. Precisamos de governos comprometidos com a causa do povo e de mecanismo de controle desses governos que estejam assentados na verdadeira participação popular. A verdade é que não precisamos de mais políticos (como alegam os separatistas) mas, de políticos melhores.

domingo, 30 de outubro de 2011

Nemeton Samaúma-Blog

http://nemetonsamauma.blogspot.com/

http://nemetonsamauma.blogspot.com/2011/10/uma-prece-cailleach.html

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Nemeton Samaúma: Quem somos

Nemeton Samaúma: Quem somos: Grupo de estudos e vivências de espiritualidade e cultura Celta, com foco no Druidismo e Reconstrucionismo Celta. Criado em 04/05/2011, por...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Tradição Irlandesa: O Anel de Claddagh


Claddagh é o nome de uma pequena vila de pescadores fora dos muros da cidade de Galway na costa oeste da Irlanda, nessa vila se iniciaram as lendas desse anel que tem um significado muito importante. Uma das lendas diz:

"Certa vez um barco de pescadores fora capturado por piratas e seus tripulantes vendidos como escravos à um rico joalheiro Turco. Um dos tripulantes, Richard Joyce, casaria nesta mesma semana.
Os anos se passaram e não houve casamento, Richard Joyce trabalhava na negociação de jóias. Com o tempo Joyce se tornou um grande artesão, e nunca esqueceu a mulher que amava e deixara na vila. Ele fez um anel de ouro para ela, onde no centro havia um coração que representava o amor, uma coroa que significava lealdade e duas mãos representando a amizade.
Após oito anos ele conseguiu escapar de seus raptores e retornou a sua vila, e para sua alegria ele descobriu que seu amor nunca perdera a esperança de reencontrá-lo. Ele deu o anel que tinha forjado a ela, se casaram, e nunca mais se separaram."

======= Formas de uso ======
Sozinho(a) : mão direita ponta do coração sentido ponta dos dedos
Namoro : mão direita ponta do coração sentido do pulso
Noivado : mão esquerda ponta do coração sentido ponta dos dedos
Casado(a) : mão esquerda ponta do coração sentido do pulso
=======================
Não importa qual lenda seja a exata, todas elas batem no mesmo ponto que, nada mais é que o seu significado, a sua representação de amor, amizade e lealdade, que são os fundamentos de um relacionamento. Tá certo que hoje em dia a grande maioria das pessoas nem dão mais atenção para essas coisas, mas ainda existem pessoas românticas e é bom passar adiante um símbolo tão interessante.
Alguns limitam os relacionamentos em sexo ou dinheiro, e por isso acabam em relacionamentos fadados ao fracasso. Se nos focassemos no significado desde anel, os relacionamentos seriam mais reais, pois pense bem, você estaria com quem você ama, com quem você poderia chamar de amigo(a) de verdade e confiar em sua lealdade.
Relacionamentos são acontecimentos de duas vias, tanto você, quanto a outra pessoa precisam se comunicar, compreender os sentimentos um do outro e acima de tudo, ser fiel.


Créditos: M. Hatter

Visão

"A Vida é simples...Mas nós adoramos complicá-la...

Pior do que usar uma venda diante de tudo, é estreitar a visão só olhando para um ângulo da vida...
É preciso olhar para tudo de uma forma mais ampla...
Nada no Universo é por acaso, tudo tem uma função.
Nós temos mania de compartimentar e rotular tudo...Mas coisas BOAS ou RUINS são nossos conceitos...Tudo tem um objetivo.
Quando aceitamos isso, muitas dúvidas somem. Aceita tuas fraquezas e humanidade como parte de ti, que te torna parte do Todo, não como algo que te limita...
Aceitar não é conformar-se...É parte de libertar-se das amarras..."

-Para um amigo cheio de neuras...

domingo, 25 de setembro de 2011

Equilíbrio

Amor...
...é o único estado em que é necessário desequilibrar-se para estar em equilíbrio.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Prefiro magoar pela verdade, do que pela mentira. Se não quiser se ferir, não me pergunte...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Felicidade

Felicidade é uma decisão. Por isso muitas pessoas são infelizes: esperam que decidam por elas...
Por que gastar energia buscando desculpas para desistir... se podemos buscar motivos para não ceder?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O Preconceito "Pagão" sobre a Morte?

Para a mente Celta, a Morte é apenas um estágio, e é necessária para que haja Renascimento e Renovação. 

Por isso me surpreende que alguns membros da comunidade pagã fiquem tão desconfortáveis diante desse aspecto relacionado à algumas divindades. Observo com curiosidade e certo divertimento até, como buscam evitar o assunto, mudar o rumo da conversa, ou evocar apenas a face benevolente de Deusas como Morrighan, Hécate, Perséfone e tantas outras Deusas Obscuras, seja de que panteão forem...
Creio que seja pelo condicionamento cristão que ainda deixa seu ranço na mentalidade de todos nós; pelo afastamento da ritualização da morte no nosso cotidiano; exploração da morte como espetáculo pela mídia ou "ideologias" e "modinhas", etc. São muitos fatores, sem dúvida. Bem, não sou psicóloga, nem pretendo.

Sim, concordo que devemos trabalhar com a Vida se buscamos o caminho Druídico, a "Sabedoria das Árvores" e da Terra, mas olhar apenas para o que nos agrada é esquecer de que tudo na Natureza forma um Todo Perfeito: Não há chama que não forme uma Sombra...Ou sombra que não nasça de uma Luz...Os Deuses não possuem conceitos de "Bem" ou "Mal", Eles simplesmente São. 
Nós é que buscamos compartimentar e rotular tudo, colocando sempre o "ou" ao invés do "e" entre nossos conceitos e idéias...

Basta observar à nossa volta: Algumas florestas só se renovam após um incêndio, pois suas sementes são abertas somente pelo calor extremo...
O Sol aquece a Terra, trazendo vida, graças à "morte" e destruição em seu núcleo...

Eu aprendi a respeitar e reverenciar a Morte, logo aprendi que não devo temê-la: Ela ensina àqueles que abandonam o receio de olhar em seus olhos, tudo o que há de verdadeiramente valioso na Vida, nos livrando de Ilusões. Não escolhi Morrighan como minha patrona: Ela é que escolhe seus filhos e filhas com severidade, mostrando seu lado cruel e muitas vezes doloroso, pois não escolhe fracos: É preciso ser digno Dela, antes de se revelar tão amorosa quanto todas as outras Deusas, até as mais maternais...Pois como uma boa Mãe, ela antes de tudo procura preparar seus filhos para enfrentar o Mundo com bravura e coragem.
Eu me orgulho de ter sobrevivido à escolha Dela, e agradeço por tudo o que passei: sou muito do que sou hoje graças à Ela. Ao perder o medo de encará-la, pude finalmente ver seu rosto belíssimo, ao invés de uma face assustadora, como sempre é esperado. 
Aprendi a valorizar muito mais cada minuto ou momento, cada comida saborosa, cada música que me emociona, cada risada ao lado dos que amo...
Pior do que temer a Morte é viver com medo de viver intensamente, de errar e arriscar,  de recomeçar. 

Que na minha morte, eu possa olhar para a vida que levei e possa sorrir, sem arrependimentos, diante Daquela que sempre me guiou no campo de batalha.


Sheila Chandra: Lament of McCrimmon/Song of the Banshee


domingo, 21 de agosto de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Memórias em Vermelho

Som de gritos.
Som de metal.
Confusão.
Estou no meio de uma batalha. Estou coberto de lama e sangue. Há uma confusão ensurdecedora por todos os lados. Um homem surge de repente com um machado, avançando e gritando em minha direção. Consigo desviar e o atinjo com uma longa espada. Minhas mãos estão cobertas por manoplas e couro. A resistência da lâmina na carne seguida pelo deslizar suave. Sinto um empurrão pelas costas e caio com o rosto na lama. Luto pra me levantar em meio ao tumulto.
...
Estou em casa. No meu quarto. Uma mulher canta e posso ouvi-la pela janela alongada, dividida em três, em uma grossa parede de pedra. É uma mulher cuidando de uma horta. A luz do dia fere meus olhos. A canção é doce e cheira a lar, família...
...
Uma cama grande, uma mesa com pergaminhos, próxima à janela. Uma armadura em uma estrutura de madeira e um estandarte na parede. Vermelho com uma wyvern amarela. O mesmo desenho em um pergaminho na mesa.Uma velha senhora com roupas de criada entra e anuncia alguém. Um homem alto com barba e cabelos longos, negros como plumas de um corvo, perspicazes olhos azuis, entra e me saúda com alegria. Traja uma armadura escura e gasta. Fala algo que não compreendo e me entrega um tubo metálico. Parece conter algum documento. Sinto ser um amigo verdadeiro, quase um pai. Parece preocupado ao se despedir.
...
Estou diante de um castelo, em pé na neve que quase chega aos meus joelhos. Peles cinzentas cobrem meus ombros e aguardo algo. Observo os portões escuros e enormes, imaginando que não são abertos há muito tempo, pois estão muitos cobertos pela neve. Como vou entrar? De repente de uma portinhola escondida, surge um velho senhor e um cãozinho de pelos negros que me cerca feliz. Convida-me a entrar com reverência e faz sinal para que eu o acompanhe. Estandartes vermelhos com três leões amarelos agitam-se ao vento gélido de um dia cinza, no grande pátio interno. Uma visita a um amigo? Aliado?
...
Cheiro de comida. Muitas pessoas circulando, com animais e cargas, gritando e trabalhando. Uma feira! Um grande pedaço de carne está sendo assado em uma grelha por um homem. Eu aguardo, observando as pessoas. Um menino surge em meio a elas correndo em minha direção, e me entrega um pão branco. Some novamente apressado. Como o pão e o cheiro da carne me faz sorrir. Depois da guerra, estou perto de casa...
...
Seus cabelos são claros, avermelhados: o pôr do sol aprisionado em fios. Se move como um cisne, altiva e certa de sua beleza. Mas seus olhos são o que mais surpreendem. São como um lago límpido e esverdeado. E sorri sempre, um sorriso luminoso e puro. Parece muito feliz. Veste branco e dourado, às vezes vermelho e branco. No jardim outras damas brincam e ela pratica com um arco, olhando pra mim e rindo, envergonhada quando erra.
...
As pedras estão ali a mais tempo do que até os mais velhos podem se recordar...Estou vestindo a armadura, e com uma das mãos descoberta, toco aquelas rochas. Centenárias? Milenares? Não sei. Mas sinto um respeito ancestral por elas. Sinto a presença de algo Sagrado apenas por estar ali.
Sinto o musgo sobre elas. Respiro o ar frio da manhã. Acaricio a rocha pronunciando palavras que parecem uma oração por proteção. Estou perto de casa, mas não estou indo para lá...Volto-me e observo o exército com bandeiras vermelho-sangue ao vento gélido, aguardando no horizonte.
...
Escuridão. Uma luminosidade, de repente, no canto de um quarto. Uma velha mulher se ergue e me entrega...Um bebê? Um bebê, ensangüentado e com o cordão umbilical. Desajeitado, eu o seguro com as luvas de metal frio na carne macia e desprotegida. Observo seu rosto belo por um longo tempo e abro um sorriso. Corro para fora com a criança e várias pessoas aguardam na noite iluminada por tochas fincadas na terra. Ergo o bebê para todos, orgulhoso.Todos urram, bebendo da minha felicidade.
...
Afundando.
Estou afundando. Abro os olhos e na água há pedaços de madeira, cavalos nadando e homens mortos. Sangue, fogo. Mãos me agarram e me puxam para cima. Um garoto e o amigo de armadura escura me auxiliam e me forçam a correr. Apóiam-me pelos braços e corremos para uma carroça de feno no meio da batalha. De repente algo quente, úmido me atinje o rosto. A cabeça de meu amigo é atingida ao meu lado e ele cai. Dor, raiva, desespero. Quero voltar, mas estou fraco, o garoto praticamente arrasta-me para a carroça e ela sai em disparada.
...
Um garotinho de cabelos dourados, olhos grandes e claros corre desajeitado em minha direção. Entrega-me um cavalinho de madeira com rodas e volta para a mãe que sorri orgulhosa. Seguro aquele cavalinho de criança, rindo. Momentos em casa. Paz. Felicidade. Minha família amada...
Antes da guerra.
Não quero pensar nela. Aproveito a paz enquanto posso no jardim com arcadas de pedra...O riacho rodeado de pedras pontiagudas e floresta no fim do gramado... Lavo meu rosto no espelho negro e profundo. Tenho cabelos longos na altura do peito, escuros, talvez castanhos. A barba bem aparada, olhos azuis. Sorte da esposa: Até que sou apresentável...
Nado várias vezes no riacho frio. Minhas roupas secam no corpo enquanto cavalgo de volta pra casa. Bons momentos entre uma batalha e outra. 
Até quando? 
...
Um garotinho de cabelos dourados chora...
Sujo de fuligem, em meio aos corpos espalhados pelo que um dia foi sua aldeia. Ele me encara com seus olhos azuis. Algumas casas ainda queimam, e os sobreviventes ainda são executados pelos homens sob a bandeira vermelho sangue.
Eu caminho lentamente até ele. Lembro-me do meu filho, mas esse não é um do meu povo, do meu clã. Ele não recua, apesar de chorar mais intensamente. Seria um bom soldado. Seguro seus cabelos muito claros, quase brancos, ergo a lâmina e procuro ser rápido.
Caminho entre os corpos dos aldeões com o pequeno troféu. 
Não há orgulho, apenas dever.
...
Ela sorri, correndo por entre as rochas ancestrais, como que escondendo-se de mim por entre os troncos de uma floresta de pedra. Tento alcançá-la, sem sucesso. Ela deixa que eu a pegue. Seus olhos dizem o que é preciso dizer, quando o coração só escuta outro coração.
...
Ela não está mais sorrindo. Senta-se ao meu lado junto ao fogo da lareira e encosta sua cabeça no meu ombro. Juntos olhamos para o fogo. Sei que ela está triste. Não me lembro de ela estar triste antes dessa noite, a não ser antes de uma viagem para a guerra. Ajoelha-se e chora com o rosto afundado em minhas mãos. Acho que ela sempre foi muito feliz ao meu lado. Penso que quanto a isso, eu não falhei. Fazer uma esposa feliz...
...
Na porta da catedral dois grupos armados entram em conflito. Uns empurram os outros e o sacerdote intervem. Felizmente ninguém saca suas armas. Guardas rosnam impedindo que eu e meus homens entremos no templo. Olho para cada um, penetrando seus olhos, e me retiro com os outros. Não sei se fui até lá para rezar... Por que não pudemos entrar?
...
Meus pulsos, amarrados por grossas cordas escuras, em uma pesada cadeira de madeira. Minha camisa, rasgada e imunda. Não consigo mover a cabeça... não consigo olhar para os lados. Uma porta, com uma pequena janela com barras de ferro, duas tochas na parede à minha frente. Uma sala pequena e nenhuma outra luz. Sinto meu coração acelerar. Eu grito. Grito muito.
...
Um lugar apertado, abafado. Escuridão. Sons. Uma porta se abre e sou violentamente puxado de dentro de um...Caixote em pé? Caixão?
Dois homens me empurram.
Caio com o rosto na pedra áspera. Alguém com trajes sacerdotais em vermelho se aproxima de mim, ainda de joelhos e cabeça baixa. O rosto arde. Ele se abaixa. Um homem de cabelos brancos, curtos, e olhos azuis. Um azul frio, metálico. Está furioso, agitando papéis diante de meu rosto. Continuo ouvindo, de olhos baixos. Então o encaro diretamente, derramando meu desprezo em seus olhos. E cuspo. Ele se ergue, limpando-se com um lenço, enquanto sou espancado pelos dois homens.
Não me arrependo...
...
Noite. Um luar magnífico... Sinto a madeira do poste em que estou preso. Apoio minha cabeça nele, desolado. Logo abaixo um sacerdote em vermelho faz o sinal da cruz, cercado de outros homens.
Vermelho, sempre essa cor...Como a bandeira que defendi...Como o pôr-do-sol nos cabelos dela...Como a água do riacho, quando eu me banhava depois de uma batalha, lavando a armadura do sangue dos derrotados...e de amigos perdidos...
Não sei o que houve com minha família. Estarão bem? À minha esquerda, uma grande construção. Na noite só consigo ver pouco dela, graças ao fogo que começa a queimar aos meus pés e ao luar banhando tudo. Parece ser uma igreja. É grande, talvez uma catedral.
Terei falhado? Continuo a olhar para o prédio, e começo a sufocar, enquanto um grande sentimento de abandono toma conta de mim.
Abandono? Por minha família? Por meus aliados? Não sei. Apenas...Abandono. 
Escuridão.

Abro os olhos.

Mas hoje, sei que não é o fim...

sábado, 30 de julho de 2011

Mor Rioghain

Me empreste sempre tua Força, minha Deusa, Corvo de Batalha!
O sangue dos meus inimigos nutrem a terra e aquecem meus pés, no campo de conflito
Mantém  a lâmina leal afiada e tingem teus cabelos, tão Bela e selvagem
Aqueles que Tu escolhes e Abençoas sabem, alegremente:
"Vou morrer..."
 Sabem, quando contemplam Tua face: Pois nessa certeza, essa definitiva certeza, está a chave para VIVER...
Verdadeiramente!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A música do Bardo: beijo Divino
fluindo nas asas do Viajante Etéreo (O Contator de Histórias Supremo, que é seu mestre)
Sussurra entre seus cabelos, contos de terras distantes...
Indica a direção da próxima jornada... 
Dita o horizonte a ser desbravado...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Respeito

"...exigir que uma pessoa conquiste seu respeito é, por si só, um ato de arrogância, um modo de dar-se importância que, por sua própria natureza, implica que o seu respeito é algo digno de ser ganho.(...)"

 "Então, agora, quando eu conheço uma pessoa, ela não precisa conquistar o meu respeito. Eu a concedo, com satisfação e boa vontade, na esperança de que, ao fazê-lo, terei oportunidade de aprender ainda mais sobre esse mundo maravilhoso que me cerca, de ampliar ainda mais as minhas experiências. (...)...E será preciso muito para que você venha a perdê-lo. Mas, se isso acontecer, se você preferir considerar isso uma fraqueza e se aproveitar de sua suposta vantagem, bem...

Talvez, então, eu lhe apresente Guenhwyvar."
  
-Drizzt Do`Urden (R.A.Salvatore-The Halfling`s Gem-The Icewind Dale Trilogy)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sacrifício

Lendo um texto de uma escritora ateia, Asa Heuser, de cujos textos gosto muito, inteligentes e coerentes, encontrei uma bela análise da palavra "Sacrifício", tão pregada por muitas religiões.

"...a palavra "sacrifício"; quando a dividimos temos sacro + ofício = sagrado + trabalho. Visto dessa forma, percebemos que na sua origem o sacrifício era um trabalho feito com a consciência de que aquela função era sagrada, uma vocação."

Sentido original esquecido hoje...
Sacrifício também existe para nós pagãos, mas não na conotação atual, de martírio e sofrimento. Devemos buscar o sacrifício em seu sentido original, verdadeiro: Nosso sacro ofício deve ser ofertado todos os dias, para aqueles que amamos, para nossas famílias, para nosso amigos, para nossa comunidade, nos tornando membros úteis dela e filhos prestativos da Mãe Terra, exercendo nossas vocações com alegria e dignidade.
Reflexão sempre.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Temor

Minha (ex)amiga evangélica e eu...


-Várias vezes,  rezei a Deus para me atender, mas parece que em alguns momentos, ele não me ouve e não me atende...Leio a Bíblia para me consolar e espero então por uma benção...Muitas vezes tenho até vontade de duvidar de Deus...
-Então mande ele se fuder de uma vez...
-O que é isso!!! Isso é pecado!!! Jesus castiga!!!
-Acho que seu Deus tem mais o que fazer do que se ofender com você...Já parou pra se perguntar que talvez deus esteja esperando que finalmente você mande ele se fuder e tomar uma atitude sem depender tanto dele? 
Meus Deuses me ensinam a ficar de pé diante deles, como iguais. O seu ensina a se ajoelhar, como um derrotado e um impotente, que só se ajoelha por medo, não por respeito ou Amor...Lamento a sinceridade: prefiro os meus...

Hidromel, legado dos celtas, saxões, vikings…

Hidromel, ou Mead é uma bebida alcoólica fermentada à base de mel e água, sendo utilizados, em geral na sua produção, uma proporção de uma parte de mel por duas de água, mas pode variar conforme a receita ou a região de produção. Consumida desde a antiguidade, sua fabricação é anterior à do vinho e seguramente à da cerveja. Conhecida como a Bebida dos Campeões e favorita dos Deuses. Na Grécia clássica, se chamava "melikraton" e, pelos romanos, era conhecida pelo nome "aqua mulsum", ainda que esta possa ser uma variante feita com vinho de uva adocicado com mel. Outras culturas antigas consumidoras desta bebida foram os celtas, os saxões e os vikings. Também era conhecido o consumo de uma bebida similar pelos maias.
Existia a tradição de que os casais recém-casados deveriam consumir esta bebida durante o primeiro ciclo lunar após as bodas para nascer um filho varão. Daí surgiu a tradição atual da Lua de Mel.  

Os povos de língua inglesa chamam o hidromel de mead, palavra de origem sânscrita methus, mesma raiz para o grego. Ou seja, é um velho conhecido. O mead é obtido pela transformação dos açúcares do mel em álcool, assim, é indevidamente chamado de vinho de mel, pois “vinho” é um termo destinado ao produto da fermentação da uva.
O hidromel sofreu uma dura competição com o vinho nos países onde a uva (vitis) podia ser cultivada,tornando-se quase que totalmente esquecido ao longo da bacia do Mediterrâneo . Somente nas regiões mais frias do Norte da Europa onde não se pode cultivar a vinha o hidromel continuou a ser consumido.

Com o advento do cultivo em larga escala da cana -de- açúcar no Novo Mundo, a partir do século XVI , o mel passou a ser substituído pelo açúcar, com consequente decréscimo da produção de produtos apícolas em geral , mesmo, nos países onde não cresce a uva.Com as recentes descobertas da ciência do século XX, teve a apicultura mundial um renascimento (e o açúcar da cana foi colocado em seu devido lugar. ?) e o hidromel ganha dia a dia seu lugar ao Sol.

O mel quando colhido “maduro”, ou seja, quando extraído de favos que foram completamente operculados, pelas abelhas, tem um teor de umidade por volta de 20%. Sob esta proporção de água dificilmente é fermentado. Se o teor de umidade aumentar em 2%, pode iniciar uma fermentação. Os fermentos que estão presentes no ar no pólen e no próprio mel, podem começar a se multiplicar e transformarem os açúcares do mel em álcool.


O Hidromel e a Cultura Pop

Por ser definida como uma bebida consumida pelos deuses nórdicos, ficou fácil incluir o Hidromel em obras literárias e no cinema. diversos autores como J.R.R Tolkien (autor de O senhor dos anéis e O hobbit),  J.K Rowling (autora de Harry Potter) e C.S. Lewis (autor de As crônicas de Nárnia) e Neil Gaiman no seu livro "American Gods" (citada como mulso) fizeram menções sobre a bebida em suas famosas obras, inclusive as três primeiras aqui mencionadas ganharam versões cinematográficas e a última virará série. E por falar em cinema quem já assitiu A lenda de Beowulf sabe: Todos os guerreiros ficavam alucinados em porres grandiosos de hidromel.
Duas Receitas: 

Hidromel I
2 quilos de mel (algum mel meio sólido), 
9 litros de água, 
1 colher de sopa de canela, 
1 colher de chá de gengibre, 
1/2 colher de chá de "cravo picante" (kryddernellik), 
2 limões descascados (3-4 colheres de sopa de suco de limao), 
50 g de levedo, 
1-3 g de lúpulo seco

Passos:


1. Misturar tudo, exceto o levêdo e 3 litros de água, em uma panela
grande.
Marque a profundidade do fluido ao lado da panela ou em algum palito.
Marcada a profunidade coloque o resto da água (se não quiser que o mjöd fique muito amargo, coloque menos que 3g de lúplo).
2. Cozinhe sem a tampa até que a marcação feita fique visível (até que cozinhe 3 litros de água).
3. Deixe esfriar, e depois coloque o levedo qdo o fluido tiver atingido a temperatura do corpo(traduzi literalmente o termo "kroppstemperatur", não sei se se refere a temperatura do corpo humano de 37 graus ou a emperatura ambiente, acho que seja talvez a segunda opção).
4. Tampe o mjöd com um pedaço de pano e deixe ficar por uns 3-4 dias, de preferência em local arejado devido ao cheiro ser bem forte.
5. Quando a fermentação do levedo estiver terminada, derrame o conteúdo através de um pano ou toalha em uma tigela ou recipiente e deixe ficar por uns dois dias.
6.Através de um coador, derrame o conteudo novamente na panela. Evite que os resquícios da fermentaçao venham junto.
7. Repita o processo umas 5-6 vezes, ou quantas vezes tiver saco antes de provar o mjöd, qto mais vc fizer, mais puro será o gosto e menos gosto de levedo vai ter. Depois é só armazenar em garrafa e beber...a porcentagem alcoolica varia entre 10 e 13%.

Hidromel II
Os ingredientes da receita desse hidromel, são para 5 litros de liquido, mas pode ser adaptado calculando as proporções

  • 4L de água
  • 1L de mel
  • 5G de fermento
  • Suco de um limão
  • Suco de uma laranja

Passos:


  1. Ferva a água para tirar os resíduos de cloro.
  2. Tire metade da água (2L) e deixa em fogo alto, a outra parte tire do fogo e deixe reservado.
  3. Na metade que está no fogo, você adiciona todo mel, os sucos e o saquinho de chá, fique mexendo até quando perceber que irá ferver, abaixe o fogo e deixe lá por mais 1 hora, mexa nos primeiros 30 minutos e depois deixe lá o resto do tempo para formar uma camada na superfície.
  4. Passada 1 hora, retire essa camada que se formou e joge fora, tire o saquinho e tudo que puder tirar.
  5. Acrescente a metade de água que estava reservada e mistura.
  6. Adicione o fermento, e guarde em um recipiente que possa ser fechado com uma tampa, (um ótimo meio de guardar o hidromel é em um garrafão de vinho de 4,6L) ponha um air-lock no lugar da tampa (Air-Lock é um sistema que permite que o ar saia, mas não entre). Há sistemas caseiros.
  7. Deixe fermentando de uma a duas semanas em lugar escuro
  8. Após o periodo de fermentação, côe o liquido, tirando tudo que tiver no fundo, engarrafe em garrafas que lhe for mais conveniente, e deixe na geladeira por no minimo 3 meses, se você quiser pode degustar sua obra nesse periodo.
O teor alcólico aproximado da bebida é 18% mas pode variar de acordo com o mel, e com o fermento que você usar.


fontes: http://www.ktv.no/~beerman/place/norskmjod.htm
http://pt.wikihow.com/Como-fazer-Hidromel

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sexo

O sexo, hoje, talvez como em nenhuma época antes, deixou de ser algo consciente e Sagrado e tornou-se ato mecânico, fisiológico. Lagartos copulando ao sol...Como quem usa uma latrina no qual despeja esperma inútil...
A Vida transformada em muitos dias preeenchidos de "Nada". Relacionamentos esvaziados e travestidos de "curtição"...  
A mídia nos vende sexo como parte da "balada", como brinde da droga da moda , como desfecho do programa de sábado à noite, como termômetro do quanto você é atraente e "descolado". 
Sexo sem limites, falsa juventude eterna. 
Amor e Sexo são vendidos como coisas separadas e até mesmo autoexcludentes. Amor não vende nada: é coisa "fora de moda", antiquada, coisa de gente ingênua, "certinha" e "criada pela avó"...Amor é palavra banalizada e esvaziada de sentido, como tantas outras que nos passado já tiveram valor. 
Amor não é para fracos...E os fracos sempre desdenham.
Ninguém deseja ligar-se à ninguém, pois a idolatria à própria imagem é prioritária: ama-se mais a si mesmo do que qualquer outra coisa, até mesmo aqueles que dizem odiar-se e odiar ao mundo: personalidade depressiva e cínica tornou-se modo de vida, "tribo", "estilo", quase um acessório para compor o visual...
Homens reclamam que não encontram ninguém que queira se relacionar. Mulheres reclamam que nenhum homem quer nada sério. Todos "procuram" nos mesmos lugares: não querem realmente encontrar: amar outro seria desviar sua idolatria de si mesmo para além da fronteira confortável e artificial, criada ao custo de muitas mentiras diante do espelho.
Tomar novamente consciência da sacralidade do Sexo e do Prazer é um dos primeiros desafios do pagão moderno: todos nós carregamos o ranço das doutrinas cristãs de pecado e indignidade do ato sexual e da diversão sem pudores, sem culpas. Mas é através de reflexão e conhecimento de nossos corpos, de nossas sensações e desejos, da compreensão dos Mitos e Deuses, que saberemos novamente nos conectar com o verdadeiro sentido do sexo, como porta para encontrar a complementariedade entre o Feminino/Masculino, estabelecer uma verdadeira cumpricidade com outro ser humano/parceiro/companheiro e também conhecer seu corpo, seus desejos e anseios, sensações e prazeres.
O sexo indiscriminado e inconsequente cobra um alto preço, assim como sua negação. Todos que buscam reconectar-se aos Velhos Deuses e à Terra e que buscam o Equilíbrio sabem que o Sexo é força poderosa que não pode ser ignorada, menosprezada, supervalorizada ou negada e que deve ser tratada de acordo, com a importância que lhe é devida. 



quarta-feira, 6 de julho de 2011

Albannach-Alexander's Welcome

Morrighan- "Grande Rainha", "Corvo de Batalha"

Morríghan (Mhór-Ríoghain-"Terror", "Corvo de Batalha" ou "Rainha Fantasma", Rainha Espectro), também escrita Mórrígan ("Grande Rainha") (aka Morrígu, Mórríghean, Mór-Ríogain) é uma figura da mitologia irlandesa (céltica) que aparenta ser uma divindade, embora não seja referida como "deusa" nos textos antigos.
Representada comumente como uma figura terrível, associada aos corvos, nas glosas dos manuscritos medievais irlandeses como uma equivalente a Alecto - uma das Fúrias na mitologia grega - de fato, um dos textos refere-se à Lamia como "um monstro de formas femininas, uma Morrigan".
Associada com a guerra e a morte no campo de batalha, algumas vezes é anunciada com a visão de um corvo sobre carcaças, premonição de destruição ou mesmo com vacas. Considerada uma divindade da guerra, comparável às Valquírias da mitologia germânica, embora sua associação com o gado bovino permita também uma ligação com a fertilidade e o campo.
É com freqüência vista como uma divindade trinitária, embora as associações desta tríade variem: a mais freqüente dá-se de Morrígan com Badb e com Macha - embora algumas vezes incluem-se Nemain, Fea, Anann e outras.
 
Morrighan é uma das figuras mais importantes da mitologia celta. Embora retratada de diferentes maneiras e nomes, ela é, primeiramente, a força que fertiliza o Caos, dando início à Criação. É a Grande Rainha, e costuma ser representada na companhia de suas irmãs. Diz-se que é uma das filhas de Ernmas, uma deidade cujo nome significa "homicídio".  Os celtas, como tantas outras culturas pré-cristãs, consideravam equivalentes e complementares os aspectos masculino e feminino dos deuses. Sendo assim, A Morrighan se une primeiramente com Lugh e posteriormente com Dagda, às vésperas de uma batalha, num fascinante ritual mágico. Aqui, vemos a intensa sexualidade da deusa ligando entre si dois mundos: este e o Outro Mundo, para onde irão os valorosos combatentes. 
Morrígan é freqüentemente considerada como uma deusa trina, mas a sua suposta natureza tripla é ambígua e inconsistente. Às vezes surge como uma de três irmãs, as filhas de Ernmas: Morrígan, Badb e Macha. Por vezes a trindade consiste em Badb, Macha e Nemain - coletivamente conhecidas como Morrígan ou, no plural, como as Morrígan. Ocasionalmente Fea ou Anu também surgem, em várias combinações. Morrígan, porém, muitas vezes aparece só, e seu nome por vezes é transmutado para Badb, sem a terceira "forma" mencionada...
Morrígan é usualmente tida como "Deusa Guerreira": W. M. Hennessey, em sua obra A antiga deusa irlandesa da guerra, escrita em 1870, foi influenciado por esta interpretação. O seu papel envolve freqüentemente a morte violenta de determinado guerreiro, ao tempo em que é sugerida uma ligação com o mito da Banshee (espécie de fada do folclore posterior). Esta ligação torna-se mais evidente no livro de Patricia Lysaght (The Banshee: The Irish Death Messenger- pág. 15): "Em certas áreas da Irlanda encontra-se este ser fantástico que, além do nome feérico, também é chamada de Badhb".

Nos escritos existentes atualmente sobre o Ciclo Mitológico Celta, Morrigan em momento algum recebe a alcunha de “Deusa” mas é considerada uma divindade na Irlanda e nos dias de hoje são prestadas muitas homenagens a ela. Uma das muitas lendas que envolvem Morrigan é sobre a morte do herói Cúchulainn na qual ela se transforma num velha para “assistir” a morte do guerreiro:
Cuchulainn que era um mortal, nascido para morrer, separado dos demais por características curiosas e anormais e  destinado desde o princípio a um estranho destino, encontra Morrígan que está transformada em uma velha. A margem do rio, ela lava sua armadura que está coberta de sangue do inimigo e dele mesmo… 
É um presságio de sua morte.
Cathbad diz então:
"-Você vê Cuchulainn, a filha de Badb lavando seus restos mortais? É o prenúncio de sua morte!" Entretanto, Morrigan, talvez comovida com o trágico fim de Cuchulainn, desaparece com a carruagem de combate enquanto ele dormia. Mas nada o impedirá de ir de encontro ao seu já traçado destino.
Mas ele acaba gravemente ferido em batalha. Para continuar lutando, ele amarra-se a uma pedra com suas próprias entranhas e seus inimigos só tomam conhecimento de usa morte quando um corvo pousa em seus ombros. Era Morrigan que aparece para ele pela última vez. Quando o guerreiro finalmente morre, o corvo salta ao chão para devorar as vísceras de seu corpo dilacerado.
Outro conto nos revela o encontro de Morrigan com Dagda:
Na véspera da Segunda Batalha de Moytura, também o rei líder dos Tuatha De Danann: Dagda – encontra Morrigan no vau do rio Unshin, lavando as armas ensangüentadas e os cadáveres dos que viriam a tombar no dia seguinte.
A Deusa então dá a Dagda informações sobre o combate, revelando seus dons proféticos. Igualmente, dá provas de coragem e poder quando afirma que ela mesma arrancará o coração do seu inimigo Fomoriano.
Em pagamento, Dagda sacia seu apetite sexual, unindo-se a ela ali mesmo, em meio aos cadáveres que morreram.
Morrigan, como todas as deidades celtas está associada as Forças da Natureza, ao poder sagrado da Terra, ao Grande Útero de onde toda a vida nasce e depois deve morrer para que a fecundidade e a criação da terra possam renovar-se.
É também a Deusa da Morte, do Amor e da Guerra, que pode assumir a forma do corvo. Nas lendas irlandesas, Morrigan é a deidade invocada antes das batalhas, como a Deusa do Destino humano. Dizia-se que quando os soldados celtas a escutavam ou a viam sobrevoando o campo de batalha, sabiam que havia chegado o momento de transcender. Então, davam o melhor de si, realizando todo o tipo de ato heróico, pois depreciavam a própria morte. Para os celtas, a morte não era um fim, mas um recomeço em um Outro Mundo, o início de um Novo Ciclo.
Na epopéia de Cuchulainn, "Tain Bó Cuailnge", em que se celebra a grande guerra entre os Fomorianos e os Tuatha De Danann, as três Deusas Guerreiras com forma de corvos são Nemain, Macha e Morrigu, das quais Morrigu é a mais importante. Segundo a análise que faz Evans Wentz da lenda, são a forma tripartida de Badb. Nemain confunde os exércitos do inimigo, Macha goza com a matança indiscriminada, porém é Morrigan quem infundiu Força e valores sobrenaturais a Cuchulainn, que desse modo ganhou a guerra para os Tuatha De Danann, as forças do Bem e da Luz, e derrotou os obscuros Fomorianos.

sábado, 2 de julho de 2011

Dagda-"O Bom Deus", "O Arquidruida"

Deus da proteção, dos guerreiros, conhecimentos, magia, fogo, profecia, tempo, reencarnação, Artes, iniciações, o Sol, restabelecimento, prosperidade e abundancia, música e harpa.

No folclore irlandês, o Dagda é chamado de O Bom Deus, Grande Senhor, Pai dos deuses e dos homens, Ruad Ro-fhessa, o "Senhor da Ciência Integral", o Arquidruida, Deus da magia, da terra, "Eochaid Ollathair" (Pai de Todos). Rei supremo dos Tuatha de Dannan, mestre de todos os ofícios, senhor de todos os conhecimentos. Dagda possui uma harpa de carvalho vivo que faz com que as estações mudassem quando assim o ordenasse. Deus dos magos e sacerdotes, senhor dos artesãos, da música e das curas.

Dagda é conhecido pelo atributo do caldeirão da abundância. Entre os celtas, o caldeirão era um dos objetos carregados de simbolismo mágico e mítico, pois no seu fundo se guardavam as essências do saber, da inspiração e da extraordinária taumaturgia, com o qual alimentava todas as criaturas. E não só ficavam satisfeitos de forma material, mas também, os que acudiam ao caldeirão generoso de Dagda, sentiam saciadas as suas apetências de conhecimento e sabedoria.
Outra qualidade do deus Dagda é a sua relação direta com a música e com o seu poder evocador. Um dos seus atributos é precisamente a harpa, instrumento que manejava com habilidade e arte e que lhe servia para convocar as estações do ano. Arrancava também tão suaves melodias deste instrumento que muitos mortais passavam deste mundo para o outro como num sonho, e sem sentir dor alguma, sem sequer repararem nisso. Tinha um casal de porcos mágicos que podiam ser comidos várias vezes e que sempre reviviam, bem como, um pomar que, independente da estação, dava frutos o ano todo.
De certa forma similar ao Júpiter romano, apesar de não se encontrar, como este, somente na cúpula do Olimpo, ele é Eochaid U Oathair, mais conhecido pelo apelido de Dagda, "o bom deus". Trata-se de uma divindade poderosa e um tanto bonachona representada principalmente por um grande martelo - o que o tomou parecido com o gaulés Sucellos, literalmente "aquele que golpeia duro" com seu martelo - e as vezes por uma lança mágica de duas pontas: com uma matava e com a outra era capaz de ressuscitar os mortos. Essa capacidade também foi atribuída a ser caldeirão mágico, no qual banhava durante a noite os guerreiros mortos em batalhas durante o dia para que recuperassem a vida ao amanhecer do dia seguinte. O mesmo caldeirão era fonte inesgotável de alimentos para suas tropas.
Da união de Dagda com Boann, a mulher do deus das águas, Nechtan, nasceu Angus, ou Mac Og. Ele é o mais parecido com um deus do amor que podemos encontrar entre os celtas. Mais tarde, sua mãe violou a proibição de visitar a fonte de Nechtan e, em conseqüência disto, pereceu afogada. Og metamorfoseou-se com o objetivo de se transformar no Boyne, o rio-modelo da mitologia irlandesa.
Dagda também teve uma filha chamada Brigt que foi considerada pelos celtas como a protetora das artes declamatórias e líricas. Encomendou-se-lhe o patrocínio da cidade e, entre os galos, era a que guardava o caldeirão do Conhecimento, a Sabedoria e a ciência.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Valoriza a Palavra que sai da tua boca.
Que um "Sim" seja Sim
Que um "Não" seja Não
Que um "Eu te Amo" seja Verdadeiro e puro

Uma espada que sai da bainha desnecessariamente, perde seu Poder...

terça-feira, 21 de junho de 2011

Ciclos

Nada é tão bom que dure para sempre. 
Nada é tão ruim que dure para sempre. 
E assim a existência gira. Lembre-se disso nos momentos de Alegria extasiante e da mais desesperadora Dor.
A Vida está longe de ser uma linha, como o fio de uma faca: começando no nada e terminando no vazio.
Que maravilhoso ensinamento hoje pude absorver do velho mestre Nuinn...
O Sol é a Alma do Mundo
Nossa alma é o Sol das Muitas Vidas no eterno Ciclo.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Keening: Lamento de Shelah Lea


Tradução

“Cantem o selvagem Keen de minha terra, vós que estais cabisbaixos na casa dos mortos!

Deixe de lado o tear e o fuso e cantem, mas não em alegria, pois há um quarto vazio em minha casa!

Oweneen, o orgulho de meu coração, já cá não está!
Acaso não ouviste o choro da Ban-sìdhe através de Kilcrumper? Ou ouviste a voz do túmulo, mais suave que a música, que assovia no vento das montanhas, dizendo que o jovem carvalho jazia no solo?  Sim, ele se foi! Partiu na primavera de sua vida, como a flor do estrepeiro (hawthorn), lançada ao solo frio pelo vento impiedoso.
- Ergam o Keen. Vós que conheceis as notas, contem o passar do tempo, jovens donzelas a chorar; curvem-se em lamentos  sobre sua morada estreita, para que os espíritos possam repousar!
Plantem o Shamrock e os abetos (fir) próximos à sua cabeça, para que os estranhos saibam que ali jaz! Logo seu Keen ecoará nas montanhas, pois antes que a terra fria endureça sobre o peito de meu Owneen, Shela, a mãe dentre as Keeners, está com ele. A voz, antes alta e plangente, será calada e silente, como a antiga harpa de sua terra...”