sábado, 30 de julho de 2011

Mor Rioghain

Me empreste sempre tua Força, minha Deusa, Corvo de Batalha!
O sangue dos meus inimigos nutrem a terra e aquecem meus pés, no campo de conflito
Mantém  a lâmina leal afiada e tingem teus cabelos, tão Bela e selvagem
Aqueles que Tu escolhes e Abençoas sabem, alegremente:
"Vou morrer..."
 Sabem, quando contemplam Tua face: Pois nessa certeza, essa definitiva certeza, está a chave para VIVER...
Verdadeiramente!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A música do Bardo: beijo Divino
fluindo nas asas do Viajante Etéreo (O Contator de Histórias Supremo, que é seu mestre)
Sussurra entre seus cabelos, contos de terras distantes...
Indica a direção da próxima jornada... 
Dita o horizonte a ser desbravado...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Respeito

"...exigir que uma pessoa conquiste seu respeito é, por si só, um ato de arrogância, um modo de dar-se importância que, por sua própria natureza, implica que o seu respeito é algo digno de ser ganho.(...)"

 "Então, agora, quando eu conheço uma pessoa, ela não precisa conquistar o meu respeito. Eu a concedo, com satisfação e boa vontade, na esperança de que, ao fazê-lo, terei oportunidade de aprender ainda mais sobre esse mundo maravilhoso que me cerca, de ampliar ainda mais as minhas experiências. (...)...E será preciso muito para que você venha a perdê-lo. Mas, se isso acontecer, se você preferir considerar isso uma fraqueza e se aproveitar de sua suposta vantagem, bem...

Talvez, então, eu lhe apresente Guenhwyvar."
  
-Drizzt Do`Urden (R.A.Salvatore-The Halfling`s Gem-The Icewind Dale Trilogy)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sacrifício

Lendo um texto de uma escritora ateia, Asa Heuser, de cujos textos gosto muito, inteligentes e coerentes, encontrei uma bela análise da palavra "Sacrifício", tão pregada por muitas religiões.

"...a palavra "sacrifício"; quando a dividimos temos sacro + ofício = sagrado + trabalho. Visto dessa forma, percebemos que na sua origem o sacrifício era um trabalho feito com a consciência de que aquela função era sagrada, uma vocação."

Sentido original esquecido hoje...
Sacrifício também existe para nós pagãos, mas não na conotação atual, de martírio e sofrimento. Devemos buscar o sacrifício em seu sentido original, verdadeiro: Nosso sacro ofício deve ser ofertado todos os dias, para aqueles que amamos, para nossas famílias, para nosso amigos, para nossa comunidade, nos tornando membros úteis dela e filhos prestativos da Mãe Terra, exercendo nossas vocações com alegria e dignidade.
Reflexão sempre.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Temor

Minha (ex)amiga evangélica e eu...


-Várias vezes,  rezei a Deus para me atender, mas parece que em alguns momentos, ele não me ouve e não me atende...Leio a Bíblia para me consolar e espero então por uma benção...Muitas vezes tenho até vontade de duvidar de Deus...
-Então mande ele se fuder de uma vez...
-O que é isso!!! Isso é pecado!!! Jesus castiga!!!
-Acho que seu Deus tem mais o que fazer do que se ofender com você...Já parou pra se perguntar que talvez deus esteja esperando que finalmente você mande ele se fuder e tomar uma atitude sem depender tanto dele? 
Meus Deuses me ensinam a ficar de pé diante deles, como iguais. O seu ensina a se ajoelhar, como um derrotado e um impotente, que só se ajoelha por medo, não por respeito ou Amor...Lamento a sinceridade: prefiro os meus...

Hidromel, legado dos celtas, saxões, vikings…

Hidromel, ou Mead é uma bebida alcoólica fermentada à base de mel e água, sendo utilizados, em geral na sua produção, uma proporção de uma parte de mel por duas de água, mas pode variar conforme a receita ou a região de produção. Consumida desde a antiguidade, sua fabricação é anterior à do vinho e seguramente à da cerveja. Conhecida como a Bebida dos Campeões e favorita dos Deuses. Na Grécia clássica, se chamava "melikraton" e, pelos romanos, era conhecida pelo nome "aqua mulsum", ainda que esta possa ser uma variante feita com vinho de uva adocicado com mel. Outras culturas antigas consumidoras desta bebida foram os celtas, os saxões e os vikings. Também era conhecido o consumo de uma bebida similar pelos maias.
Existia a tradição de que os casais recém-casados deveriam consumir esta bebida durante o primeiro ciclo lunar após as bodas para nascer um filho varão. Daí surgiu a tradição atual da Lua de Mel.  

Os povos de língua inglesa chamam o hidromel de mead, palavra de origem sânscrita methus, mesma raiz para o grego. Ou seja, é um velho conhecido. O mead é obtido pela transformação dos açúcares do mel em álcool, assim, é indevidamente chamado de vinho de mel, pois “vinho” é um termo destinado ao produto da fermentação da uva.
O hidromel sofreu uma dura competição com o vinho nos países onde a uva (vitis) podia ser cultivada,tornando-se quase que totalmente esquecido ao longo da bacia do Mediterrâneo . Somente nas regiões mais frias do Norte da Europa onde não se pode cultivar a vinha o hidromel continuou a ser consumido.

Com o advento do cultivo em larga escala da cana -de- açúcar no Novo Mundo, a partir do século XVI , o mel passou a ser substituído pelo açúcar, com consequente decréscimo da produção de produtos apícolas em geral , mesmo, nos países onde não cresce a uva.Com as recentes descobertas da ciência do século XX, teve a apicultura mundial um renascimento (e o açúcar da cana foi colocado em seu devido lugar. ?) e o hidromel ganha dia a dia seu lugar ao Sol.

O mel quando colhido “maduro”, ou seja, quando extraído de favos que foram completamente operculados, pelas abelhas, tem um teor de umidade por volta de 20%. Sob esta proporção de água dificilmente é fermentado. Se o teor de umidade aumentar em 2%, pode iniciar uma fermentação. Os fermentos que estão presentes no ar no pólen e no próprio mel, podem começar a se multiplicar e transformarem os açúcares do mel em álcool.


O Hidromel e a Cultura Pop

Por ser definida como uma bebida consumida pelos deuses nórdicos, ficou fácil incluir o Hidromel em obras literárias e no cinema. diversos autores como J.R.R Tolkien (autor de O senhor dos anéis e O hobbit),  J.K Rowling (autora de Harry Potter) e C.S. Lewis (autor de As crônicas de Nárnia) e Neil Gaiman no seu livro "American Gods" (citada como mulso) fizeram menções sobre a bebida em suas famosas obras, inclusive as três primeiras aqui mencionadas ganharam versões cinematográficas e a última virará série. E por falar em cinema quem já assitiu A lenda de Beowulf sabe: Todos os guerreiros ficavam alucinados em porres grandiosos de hidromel.
Duas Receitas: 

Hidromel I
2 quilos de mel (algum mel meio sólido), 
9 litros de água, 
1 colher de sopa de canela, 
1 colher de chá de gengibre, 
1/2 colher de chá de "cravo picante" (kryddernellik), 
2 limões descascados (3-4 colheres de sopa de suco de limao), 
50 g de levedo, 
1-3 g de lúpulo seco

Passos:


1. Misturar tudo, exceto o levêdo e 3 litros de água, em uma panela
grande.
Marque a profundidade do fluido ao lado da panela ou em algum palito.
Marcada a profunidade coloque o resto da água (se não quiser que o mjöd fique muito amargo, coloque menos que 3g de lúplo).
2. Cozinhe sem a tampa até que a marcação feita fique visível (até que cozinhe 3 litros de água).
3. Deixe esfriar, e depois coloque o levedo qdo o fluido tiver atingido a temperatura do corpo(traduzi literalmente o termo "kroppstemperatur", não sei se se refere a temperatura do corpo humano de 37 graus ou a emperatura ambiente, acho que seja talvez a segunda opção).
4. Tampe o mjöd com um pedaço de pano e deixe ficar por uns 3-4 dias, de preferência em local arejado devido ao cheiro ser bem forte.
5. Quando a fermentação do levedo estiver terminada, derrame o conteúdo através de um pano ou toalha em uma tigela ou recipiente e deixe ficar por uns dois dias.
6.Através de um coador, derrame o conteudo novamente na panela. Evite que os resquícios da fermentaçao venham junto.
7. Repita o processo umas 5-6 vezes, ou quantas vezes tiver saco antes de provar o mjöd, qto mais vc fizer, mais puro será o gosto e menos gosto de levedo vai ter. Depois é só armazenar em garrafa e beber...a porcentagem alcoolica varia entre 10 e 13%.

Hidromel II
Os ingredientes da receita desse hidromel, são para 5 litros de liquido, mas pode ser adaptado calculando as proporções

  • 4L de água
  • 1L de mel
  • 5G de fermento
  • Suco de um limão
  • Suco de uma laranja

Passos:


  1. Ferva a água para tirar os resíduos de cloro.
  2. Tire metade da água (2L) e deixa em fogo alto, a outra parte tire do fogo e deixe reservado.
  3. Na metade que está no fogo, você adiciona todo mel, os sucos e o saquinho de chá, fique mexendo até quando perceber que irá ferver, abaixe o fogo e deixe lá por mais 1 hora, mexa nos primeiros 30 minutos e depois deixe lá o resto do tempo para formar uma camada na superfície.
  4. Passada 1 hora, retire essa camada que se formou e joge fora, tire o saquinho e tudo que puder tirar.
  5. Acrescente a metade de água que estava reservada e mistura.
  6. Adicione o fermento, e guarde em um recipiente que possa ser fechado com uma tampa, (um ótimo meio de guardar o hidromel é em um garrafão de vinho de 4,6L) ponha um air-lock no lugar da tampa (Air-Lock é um sistema que permite que o ar saia, mas não entre). Há sistemas caseiros.
  7. Deixe fermentando de uma a duas semanas em lugar escuro
  8. Após o periodo de fermentação, côe o liquido, tirando tudo que tiver no fundo, engarrafe em garrafas que lhe for mais conveniente, e deixe na geladeira por no minimo 3 meses, se você quiser pode degustar sua obra nesse periodo.
O teor alcólico aproximado da bebida é 18% mas pode variar de acordo com o mel, e com o fermento que você usar.


fontes: http://www.ktv.no/~beerman/place/norskmjod.htm
http://pt.wikihow.com/Como-fazer-Hidromel

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sexo

O sexo, hoje, talvez como em nenhuma época antes, deixou de ser algo consciente e Sagrado e tornou-se ato mecânico, fisiológico. Lagartos copulando ao sol...Como quem usa uma latrina no qual despeja esperma inútil...
A Vida transformada em muitos dias preeenchidos de "Nada". Relacionamentos esvaziados e travestidos de "curtição"...  
A mídia nos vende sexo como parte da "balada", como brinde da droga da moda , como desfecho do programa de sábado à noite, como termômetro do quanto você é atraente e "descolado". 
Sexo sem limites, falsa juventude eterna. 
Amor e Sexo são vendidos como coisas separadas e até mesmo autoexcludentes. Amor não vende nada: é coisa "fora de moda", antiquada, coisa de gente ingênua, "certinha" e "criada pela avó"...Amor é palavra banalizada e esvaziada de sentido, como tantas outras que nos passado já tiveram valor. 
Amor não é para fracos...E os fracos sempre desdenham.
Ninguém deseja ligar-se à ninguém, pois a idolatria à própria imagem é prioritária: ama-se mais a si mesmo do que qualquer outra coisa, até mesmo aqueles que dizem odiar-se e odiar ao mundo: personalidade depressiva e cínica tornou-se modo de vida, "tribo", "estilo", quase um acessório para compor o visual...
Homens reclamam que não encontram ninguém que queira se relacionar. Mulheres reclamam que nenhum homem quer nada sério. Todos "procuram" nos mesmos lugares: não querem realmente encontrar: amar outro seria desviar sua idolatria de si mesmo para além da fronteira confortável e artificial, criada ao custo de muitas mentiras diante do espelho.
Tomar novamente consciência da sacralidade do Sexo e do Prazer é um dos primeiros desafios do pagão moderno: todos nós carregamos o ranço das doutrinas cristãs de pecado e indignidade do ato sexual e da diversão sem pudores, sem culpas. Mas é através de reflexão e conhecimento de nossos corpos, de nossas sensações e desejos, da compreensão dos Mitos e Deuses, que saberemos novamente nos conectar com o verdadeiro sentido do sexo, como porta para encontrar a complementariedade entre o Feminino/Masculino, estabelecer uma verdadeira cumpricidade com outro ser humano/parceiro/companheiro e também conhecer seu corpo, seus desejos e anseios, sensações e prazeres.
O sexo indiscriminado e inconsequente cobra um alto preço, assim como sua negação. Todos que buscam reconectar-se aos Velhos Deuses e à Terra e que buscam o Equilíbrio sabem que o Sexo é força poderosa que não pode ser ignorada, menosprezada, supervalorizada ou negada e que deve ser tratada de acordo, com a importância que lhe é devida. 



quarta-feira, 6 de julho de 2011

Albannach-Alexander's Welcome

Morrighan- "Grande Rainha", "Corvo de Batalha"

Morríghan (Mhór-Ríoghain-"Terror", "Corvo de Batalha" ou "Rainha Fantasma", Rainha Espectro), também escrita Mórrígan ("Grande Rainha") (aka Morrígu, Mórríghean, Mór-Ríogain) é uma figura da mitologia irlandesa (céltica) que aparenta ser uma divindade, embora não seja referida como "deusa" nos textos antigos.
Representada comumente como uma figura terrível, associada aos corvos, nas glosas dos manuscritos medievais irlandeses como uma equivalente a Alecto - uma das Fúrias na mitologia grega - de fato, um dos textos refere-se à Lamia como "um monstro de formas femininas, uma Morrigan".
Associada com a guerra e a morte no campo de batalha, algumas vezes é anunciada com a visão de um corvo sobre carcaças, premonição de destruição ou mesmo com vacas. Considerada uma divindade da guerra, comparável às Valquírias da mitologia germânica, embora sua associação com o gado bovino permita também uma ligação com a fertilidade e o campo.
É com freqüência vista como uma divindade trinitária, embora as associações desta tríade variem: a mais freqüente dá-se de Morrígan com Badb e com Macha - embora algumas vezes incluem-se Nemain, Fea, Anann e outras.
 
Morrighan é uma das figuras mais importantes da mitologia celta. Embora retratada de diferentes maneiras e nomes, ela é, primeiramente, a força que fertiliza o Caos, dando início à Criação. É a Grande Rainha, e costuma ser representada na companhia de suas irmãs. Diz-se que é uma das filhas de Ernmas, uma deidade cujo nome significa "homicídio".  Os celtas, como tantas outras culturas pré-cristãs, consideravam equivalentes e complementares os aspectos masculino e feminino dos deuses. Sendo assim, A Morrighan se une primeiramente com Lugh e posteriormente com Dagda, às vésperas de uma batalha, num fascinante ritual mágico. Aqui, vemos a intensa sexualidade da deusa ligando entre si dois mundos: este e o Outro Mundo, para onde irão os valorosos combatentes. 
Morrígan é freqüentemente considerada como uma deusa trina, mas a sua suposta natureza tripla é ambígua e inconsistente. Às vezes surge como uma de três irmãs, as filhas de Ernmas: Morrígan, Badb e Macha. Por vezes a trindade consiste em Badb, Macha e Nemain - coletivamente conhecidas como Morrígan ou, no plural, como as Morrígan. Ocasionalmente Fea ou Anu também surgem, em várias combinações. Morrígan, porém, muitas vezes aparece só, e seu nome por vezes é transmutado para Badb, sem a terceira "forma" mencionada...
Morrígan é usualmente tida como "Deusa Guerreira": W. M. Hennessey, em sua obra A antiga deusa irlandesa da guerra, escrita em 1870, foi influenciado por esta interpretação. O seu papel envolve freqüentemente a morte violenta de determinado guerreiro, ao tempo em que é sugerida uma ligação com o mito da Banshee (espécie de fada do folclore posterior). Esta ligação torna-se mais evidente no livro de Patricia Lysaght (The Banshee: The Irish Death Messenger- pág. 15): "Em certas áreas da Irlanda encontra-se este ser fantástico que, além do nome feérico, também é chamada de Badhb".

Nos escritos existentes atualmente sobre o Ciclo Mitológico Celta, Morrigan em momento algum recebe a alcunha de “Deusa” mas é considerada uma divindade na Irlanda e nos dias de hoje são prestadas muitas homenagens a ela. Uma das muitas lendas que envolvem Morrigan é sobre a morte do herói Cúchulainn na qual ela se transforma num velha para “assistir” a morte do guerreiro:
Cuchulainn que era um mortal, nascido para morrer, separado dos demais por características curiosas e anormais e  destinado desde o princípio a um estranho destino, encontra Morrígan que está transformada em uma velha. A margem do rio, ela lava sua armadura que está coberta de sangue do inimigo e dele mesmo… 
É um presságio de sua morte.
Cathbad diz então:
"-Você vê Cuchulainn, a filha de Badb lavando seus restos mortais? É o prenúncio de sua morte!" Entretanto, Morrigan, talvez comovida com o trágico fim de Cuchulainn, desaparece com a carruagem de combate enquanto ele dormia. Mas nada o impedirá de ir de encontro ao seu já traçado destino.
Mas ele acaba gravemente ferido em batalha. Para continuar lutando, ele amarra-se a uma pedra com suas próprias entranhas e seus inimigos só tomam conhecimento de usa morte quando um corvo pousa em seus ombros. Era Morrigan que aparece para ele pela última vez. Quando o guerreiro finalmente morre, o corvo salta ao chão para devorar as vísceras de seu corpo dilacerado.
Outro conto nos revela o encontro de Morrigan com Dagda:
Na véspera da Segunda Batalha de Moytura, também o rei líder dos Tuatha De Danann: Dagda – encontra Morrigan no vau do rio Unshin, lavando as armas ensangüentadas e os cadáveres dos que viriam a tombar no dia seguinte.
A Deusa então dá a Dagda informações sobre o combate, revelando seus dons proféticos. Igualmente, dá provas de coragem e poder quando afirma que ela mesma arrancará o coração do seu inimigo Fomoriano.
Em pagamento, Dagda sacia seu apetite sexual, unindo-se a ela ali mesmo, em meio aos cadáveres que morreram.
Morrigan, como todas as deidades celtas está associada as Forças da Natureza, ao poder sagrado da Terra, ao Grande Útero de onde toda a vida nasce e depois deve morrer para que a fecundidade e a criação da terra possam renovar-se.
É também a Deusa da Morte, do Amor e da Guerra, que pode assumir a forma do corvo. Nas lendas irlandesas, Morrigan é a deidade invocada antes das batalhas, como a Deusa do Destino humano. Dizia-se que quando os soldados celtas a escutavam ou a viam sobrevoando o campo de batalha, sabiam que havia chegado o momento de transcender. Então, davam o melhor de si, realizando todo o tipo de ato heróico, pois depreciavam a própria morte. Para os celtas, a morte não era um fim, mas um recomeço em um Outro Mundo, o início de um Novo Ciclo.
Na epopéia de Cuchulainn, "Tain Bó Cuailnge", em que se celebra a grande guerra entre os Fomorianos e os Tuatha De Danann, as três Deusas Guerreiras com forma de corvos são Nemain, Macha e Morrigu, das quais Morrigu é a mais importante. Segundo a análise que faz Evans Wentz da lenda, são a forma tripartida de Badb. Nemain confunde os exércitos do inimigo, Macha goza com a matança indiscriminada, porém é Morrigan quem infundiu Força e valores sobrenaturais a Cuchulainn, que desse modo ganhou a guerra para os Tuatha De Danann, as forças do Bem e da Luz, e derrotou os obscuros Fomorianos.

sábado, 2 de julho de 2011

Dagda-"O Bom Deus", "O Arquidruida"

Deus da proteção, dos guerreiros, conhecimentos, magia, fogo, profecia, tempo, reencarnação, Artes, iniciações, o Sol, restabelecimento, prosperidade e abundancia, música e harpa.

No folclore irlandês, o Dagda é chamado de O Bom Deus, Grande Senhor, Pai dos deuses e dos homens, Ruad Ro-fhessa, o "Senhor da Ciência Integral", o Arquidruida, Deus da magia, da terra, "Eochaid Ollathair" (Pai de Todos). Rei supremo dos Tuatha de Dannan, mestre de todos os ofícios, senhor de todos os conhecimentos. Dagda possui uma harpa de carvalho vivo que faz com que as estações mudassem quando assim o ordenasse. Deus dos magos e sacerdotes, senhor dos artesãos, da música e das curas.

Dagda é conhecido pelo atributo do caldeirão da abundância. Entre os celtas, o caldeirão era um dos objetos carregados de simbolismo mágico e mítico, pois no seu fundo se guardavam as essências do saber, da inspiração e da extraordinária taumaturgia, com o qual alimentava todas as criaturas. E não só ficavam satisfeitos de forma material, mas também, os que acudiam ao caldeirão generoso de Dagda, sentiam saciadas as suas apetências de conhecimento e sabedoria.
Outra qualidade do deus Dagda é a sua relação direta com a música e com o seu poder evocador. Um dos seus atributos é precisamente a harpa, instrumento que manejava com habilidade e arte e que lhe servia para convocar as estações do ano. Arrancava também tão suaves melodias deste instrumento que muitos mortais passavam deste mundo para o outro como num sonho, e sem sentir dor alguma, sem sequer repararem nisso. Tinha um casal de porcos mágicos que podiam ser comidos várias vezes e que sempre reviviam, bem como, um pomar que, independente da estação, dava frutos o ano todo.
De certa forma similar ao Júpiter romano, apesar de não se encontrar, como este, somente na cúpula do Olimpo, ele é Eochaid U Oathair, mais conhecido pelo apelido de Dagda, "o bom deus". Trata-se de uma divindade poderosa e um tanto bonachona representada principalmente por um grande martelo - o que o tomou parecido com o gaulés Sucellos, literalmente "aquele que golpeia duro" com seu martelo - e as vezes por uma lança mágica de duas pontas: com uma matava e com a outra era capaz de ressuscitar os mortos. Essa capacidade também foi atribuída a ser caldeirão mágico, no qual banhava durante a noite os guerreiros mortos em batalhas durante o dia para que recuperassem a vida ao amanhecer do dia seguinte. O mesmo caldeirão era fonte inesgotável de alimentos para suas tropas.
Da união de Dagda com Boann, a mulher do deus das águas, Nechtan, nasceu Angus, ou Mac Og. Ele é o mais parecido com um deus do amor que podemos encontrar entre os celtas. Mais tarde, sua mãe violou a proibição de visitar a fonte de Nechtan e, em conseqüência disto, pereceu afogada. Og metamorfoseou-se com o objetivo de se transformar no Boyne, o rio-modelo da mitologia irlandesa.
Dagda também teve uma filha chamada Brigt que foi considerada pelos celtas como a protetora das artes declamatórias e líricas. Encomendou-se-lhe o patrocínio da cidade e, entre os galos, era a que guardava o caldeirão do Conhecimento, a Sabedoria e a ciência.